terça-feira, 6 de setembro de 2011


Com baixa umidade e falta de chuvas, Rio Branco já vive clima de ‘deserto’

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A umidade relativa do ar chegou na última sexta (2) a 20% em Rio Branco e 16% em Brasiléia, a taxa mais baixa registrada do ano até agora. Aliada à falta de chuvas, tais fatores fazem o Estado viver um clima de ‘desertificação’, na opinião do pesquisador Davi Friale. O Rio Acre, principal manancial do leste do Estado, já está no seu nível mais baixo dos últimos 40 anos. O cenário é preocupante. Ações coordenadas de prevenção, controle e combate a incêndios ajudam a minimizar os focos de calor no Acre, mas não o poupa de sofrer as conseqüências das queimadas em Rondônia e Mato Grosso e na Bolívia.
Ontem, o país vizinho apresentou 647 focos de queimadas. O vento soprando na direção sudeste trouxe todo o volume de fumaças para o Acre, que tinha pela tarde apenas 11 grandes focos na divisa com o Amazonas, região de Sena Madureira, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A previsão é de que a partir deste domingo, ventos noroeste vindos do interior do estado empurrem a fumaça de volta para aquele país.

Friale alerta que não há previsão de chuvas pelo menos até a próxima terça-feira, o que contribui para deixar o clima ainda mais seco. Podem ocorrer chuvas isoladas, mas que não mudam a situação atual. “Se não chover na Bolívia para apagar este incêndio, o problema será ainda maior”, diz. Para quarta, há indícios de uma frente fria e temporais. A temperatura registrada nos últimos 2 dias colaborou para confirmar o clima característico de ‘inverno’ na análise do pesquisador.

“As manhãs começam frias e, ao longo do dia, vão esquentando”, afirma. Na sexta, a temperatura no começo da manhã era de 16ºC chegando a 36ºC no parte da tarde, entre 14h e 17h. O relatório diário elaborado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) indicava que o Rio Acre voltou a cair depois de ter subido quase 7 cm na metade da semana. Nesta sábado, ele estava em 1,62m.

Crianças e idosos são as principais vítimas da baixa umidade do ar e da fumaça das queimadas. O número de atendimentos nas unidades de saúde aumentou, mas não se diferenciam ainda das verificadas a partir do mês de julho em Rio Branco. Um novo relatório deverá ser divulgado no próximo sábado e poderá mostrar novos dados do impacto da grande concentração de fumaça da última semana sobre a saúde da população. A informação é do secretário municipal de Saúde, Osvaldo Leal.

Leal reconhece os efeitos de 2 combinações perigosas - baixa umidade e alto índice de poluentes no ar -  para a saúde. Em especial, para pessoas que apresentam alergias como asma ou renite e doenças respiratórias, cardiológicas e pulmonares. Tabagistas também correm riscos. “Apesar das doenças, como a diarréia, estarem controladas, os distúrbios respiratórios tiveram aumento nas unidades de saúde”, afirma.

Para a época, Leal orienta a prática de atividades leves, hidratação oral, cuidados com a limpeza freqüente dos aparelhos de ar-condicionado e utilização de vasilhas de água ou panos umedecidos para aumentar a umidade em microambientes (ex: salas, quartos, etc). Atividades físicas extenuantes são arriscadas.

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